Sermos nós próprios hoje, num mundo dilacerado por guerras hipócritas baseadas em interesses e poder, é um desafio. Sermos nós próprias como mulheres nesta sociedade e nesta Igreja é ainda mais difícil. O dia 8 de março tem a sua importância se, como mulheres, formos capazes de ser solidárias, de tecer relações de mediação e de agir na busca comum da verdade e da justiça.

Um dos desafios que sinto é a impotência perante um problema local e global que não temos vontade política de resolver.

As migrações, ou melhor, os migrantes que desembarcam nas nossas costas e que inevitavelmente trazem consigo mundos diferentes, deveriam tornar-se, para muitos, a razão para criar uma situação de diálogo para o conhecimento e a estima mútuos. 

O que motiva a nossa presença como discípulos de Jesus é o acolhimento dos migrantes.
A oportunidade que sinto é a de me aproximar da humanidade atormentada de Cristo vivo hoje, mesmo que seja apenas com um gesto, uma palavra, simplesmente porque sou consagrada, sem outro interesse que não seja a vontade de acolher em nome do Pai, e a consciência de que somos irmãos e irmãs de caminhada, peregrinos neste mundo.

Ir. Antonietta Papa, fmm - Coordenadora do projeto Migrantes na Sicília